O Valor de Manter os Laços Vivos
- Dilnei Dalpian
- 8 de jun.
- 3 min de leitura

Uma das perguntas que chegam com frequência é como é a relação com a família materna da Alícia.
Primeiro, é importante pontuar que eles moram a 340 km de onde eu moro. Mesmo com essa distância, sempre estiveram presentes sempre que necessário — para ajudar, cuidar, fazer o que fosse preciso. Hoje, com toda a tecnologia que temos à disposição, conseguimos manter uma comunicação rápida e constante, o que facilita muito.
No início da minha jornada como pai solo, nos falávamos com mais frequência, fazíamos mais visitas, principalmente por causa da perda da Dani e das muitas vezes em que a Alícia ficava doente. Hoje essas dinâmicas ainda acontecem, mas de forma um pouco mais espaçada.
Para fortalecer o vínculo afetivo, algumas vezes durante o ano a Alícia passa alguns dias com eles — avós, tios, dindos e o primo. Normalmente são cerca de cinco dias por visita, tempo suficiente para matar a saudade, mas não a ponto de eu morrer de saudades... Imagino que são dias cheios de diversão, alegria, casa cheia de barulho de criança, muitos mimos e dengos. E se eu me importo? Claro que não! Ela é a princesinha da família.
Esses dias, conversando com a dinda dela, relembramos a primeira vez que deixei a Alícia ir passar uns dias com eles. Ela era tão pequena, tinha por volta de oito meses. Foi numa época de muito cansaço físico e mental, por conta de tudo o que havia acontecido — tantas mudanças, noites mal dormidas. Não vou negar: aqueles dias foram maravilhosos. Mesmo trabalhando normalmente, consegui descansar um pouco e recuperar as energias. Mas, ao mesmo tempo, foi muito difícil; a saudade apertou demais. Parecia que faltava uma parte de mim. Ela estava a seis horas de viagem de distância...
Foi nessa época que eu percebi que não conseguiria fazer tudo sozinho, que em muitos momentos precisaria de ajuda. Quando nos tornamos pais, não temos tempo para pensar muito: a vida continua girando e, se pararmos, perdemos momentos que passam rápido demais. Quando achamos que dominamos uma fase, logo outra começa.

Desde então, procuro manter essa dinâmica de deixá-la passar alguns dias no ano com a família materna. Sinto que é uma relação em que todos ganham. Claro, às vezes discordamos em alguma opinião, mas acredito que família é para isso: apoiar, ajudar e confiar.
Permitir que a Alícia conviva com a família da mãe dela é, para mim, uma maneira de manter a Dani presente. É como se ela ainda estivesse aqui, vendo a família se reunir para planejar viagens, como as primeiras vezes em que a Alícia foi à praia com eles — aquelas viagens cheias de risadas e histórias para contar.
Poderia descrever muitos outros momentos: o primeiro machucado que precisou de ponto, a alegria de brincar no mar, entre tantos outros...
O que quero dizer é que família é isso: em algum momento haverá brigas, mas haverá muitos outros momentos bons, muitas viagens, muitas gargalhadas. Eu não posso — e nem quero — restringir o convívio da Alícia com a família materna. Seria egoísmo, e eu sei o quanto isso faz bem tanto para ela quanto para eles.
E aí, na sua família também tem muita bagunça, dengo e saudades?
Me conta nos comentários! Vamos rir (e talvez chorar um pouquinho) juntos dessas histórias de quem ama de verdade. 🥰🎉


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